sábado, 31 de janeiro de 2015

Região dos Lagos


Região dos Lagos

Estavamos procurando algum lugar pra ir no reveillon que não fosse muito caro para poder com toda família e que pudesse agradar adultos e crianças. Depois de muito procurar achamos a Região dos Lagos.

Se esquecermos as divisas territoriais entre paises, a Região dos Lagos abrange Chile e Argentina.
É uma área localizadas na proximidade dos Andes, onde o derretimento das geleiras formam diversos e lindos lagos.

Os lagos formados pelo derretimento de geleiras podem possuir colorações belíssima como verde-água (que eu só achava que existia em lápis de cor, não achava que algo na natureza poderia mesmo ter essa cor) e azul turquesa. Essa coloração diferenciada da água dos lagos em regiões de derretimento de geleiras e glaciares deve-se a substancia contida nas geleiras (pelo que eu entendi musgos e planctons, ou algo assim).

Do lado do Chile a Região dos Lagos vai de, aproximadamente, Puerto Montt a Villarrica e contempla cidades pequenas e lindas como Puerto Varas, Puerto Octay, Frutillar, além de parques como Parque Nacional Vicente Pérez Rosalez, Parque Nacional Puyehue e Parque Nacional Villarrica e diversos vulcões como o Osorno, Cabulco, Casablanca, Puheue, Lanin, Quetrupillán e Villarrica (a maior parte está morto ou inativo).

Do lado da Argentina, a região abrange a famosa San Carlos de Bariloche (chamada também como Brasiloche, devido a altissima quantidade de brasileiros que visita a região no inverno), Villa La Angostura, San Martin de Los Andes e El Bolson. Do lado Argentino, essa região é chamada como Patagônia Norte, havendo uma rota chamada Ruta dos 7 Lagos que vai de Bariloche ao vulcão Lanin.




Apesar de olhando pelo mapa toda essa região estar cheia de lagos, a Região dos Lagos é o nome dado a região do Chile nos arredores de Puerto Montt até arredores de Temuco.

Nós programamos nosso roteiro da seguinte forma: chegada pelo aeroporto de Puero Montt (pois o voo estava bem mais barato que para Bariloche), aluguel de carro e ida para Argentina: Villa La Angostura, Bariloche, Ruta dos 7 Lagos (San Martin de Los Andes); retorno para o Chile: Villarrica, Valdivia, Puerto Varas, Puerto Octay e ultimo dia ida para ilha de Chiloé, localizada um pouco abaixo da região dos lagos. Fizemos esse roteiro em 10 dias.


Puerto Octay - Chile

Nosso voo atrasou muito e não conseguimos ir para Bariloche no dia que chegamos, pois a fronteira fecha as 20h e não se pode mais passar de carro entre países. Resolvemos então dormir em Puerto Octay pois, além da dica de ser uma cidade bonita, ela fica perto da fronteira Paso Fronteirizo Cardenal Samoré. Assim poderiamos passar a manhã em Puerto Octay e almoçar em Villa Angostura na Argentina.

Puerto Octay é uma cidade na provincia de Osorno na Region de Los Lagos. A cidade faz fronteira ao norte com Puyehue e Osorno, a Oeste com o Rio Negro e Purranque, a leste com Puerto Varas e ao sul com Puerto Varas e Frutillar.

Essa cidade se destaca pela arquitetura tradicional advinda da colonização alemã. O turismo na cidade gira em torno do Lago Llanquihue com suas bonitas praias onde é possível praticar pesca e esportes aquáticos. As praias que se destacam são: Las Cascadas, Islote Rupanco, La Baja, Playa Centinela e Puerto Fonck.

Para a prática de pesca com mosca se destaca o rio Coihueco.
Nós fizemos como as famílias locais fazem e alugamos uma Cabaña, de forma que pudessemos todos ficar juntos no mesmo ambiente. Ficamos na Playa Centinela numa cabaña de frente para o lago Llanquihue com vista para o Osorno.

Chegamos lá a noite e, devido a grande escuridão local, era possível ver o céu repleto de estrelas, uma lua imensa e a Via Láctea!! Foi a primeira vez que vi a Via Láctea e fiquei deslumbrada. Infelizmente, ainda não tinha habilidade com minha câmera para tirar boas fotos do céu e como a lua estava cheia não seria mesmo possível tirar foto das estrelas, mas saibam que o céu é lindo e ver a lua gigante refletida no lago com o Osorno ao fundo foi fenomenal!!

Pela manhã descansamos um pouco no espaço das Cabañas e seguimos para o centro da cidade, onde vimos sua arquitetura alemã. Existem casas muito antigas no centro e várias deles possuem uma placa indicativa do ano de construção da casa e de quem era o dono original.

As construções são basicamente todas em madeira baseadas na tradição alemã do século XIX e na técnica local, principalmente de construtores Chilotes (de Chiloé).

As construções históricas mais famosas são a casa Niklitschek (atual Biblioteca Municipal), o Hotel Haase, a casa Wulf (atual Colegio San Vicente de Paul), a casa Añazco e a casa Werner.

Em torno da praça onde se avista a igreja há algumas lojas que vendem os queijos locais. Aproveitamos para comprar e saborear alguns. 

A Iglesia Parroquial foi contruída em 1907 em estilo gótico simples.

A praça com a igreja é uma gracinha, mas o centro é muito pequeno e realmente, 2h por lá já é o suficiente para olhar e petiscar algo.

É interessante saber que entre 2009 e 2010 o centro de Pueto Octay foi declarado Zona Típica Puerto Octay como um monumento nacional, devido a sua representação histórica para o país.

Caso você planeje viajar para lá em fevereiro, saiba que 5 e 6 de fevereiro ocorre o Festival El Samón de Oro, principal evento de música da cidade que ocorre no Estadio Municipal de Puerto Octay.


Villarrica - Chile

A cidade de Villarrica fica na IX Região de Araucania, na província de Cautín. Ela fica as margens do lago de mesmo nome e faz fronteira com a cidade de Temuco e Pucón.

O nome da cidade se deve ao grandes depósitos de ouro e prata descobertos na região.

Nós chegamos a noite em Villa Rica e ficamos também em Cabañas. O lugar era uma graça. Como estava frio (~12C durante o dia) chegamos a ligar a lareira, mesmo estando no verão.

Achamos a cidade uma graça. Como o tempo não estava dos mais quente, disseram que as pessoas não estava tão animadas para prática de esportes aquáticos logo cedo. As lojas começaram a abrir por volta das 10h da manhã, enquanto se colocavam os caiaques no lago.

No centro da cidade há muitas lojas onde se pode encontrar artesanato local. Há algumas opções de locais para se tomar café da manhã. Achamos uma padaria muito gostosa.

Ficamos lá somente o período da manhã e fiquei com muita vontade de voltar e ficar por lá no inverno. Pelo que entendi, lá é um ótimo local para esquiar, sendo bem mais vazio e mais barato que Bariloche ou o Valle Nevado.

Mas um outro ponto interessante é a possibilidade de esquiar no vulcão Villarrica. O vulcão tem neve o ano todo, mas não chegamos a ir visitá-lo pois estavamos com pouco tempo, mas em qualquer momento do ano é possível subir nele de teleférico. A pista de esqui só funciona de julho a setembro.

O vulcão Villarrica é também chamado de Rucapillán que significa "casa do demônio" na língua mapuche, pois ele é um dos vulcões mais ativos do Chile, tendo sido sua última erupção em 1999.

Outra coisa que dá pra fazer é visitar uma cratera com lava (uma das 4 crateras do mundo com lafo de lava ativo). Não chegamos a ir, mas fiquei curiosíssima quando descobri que havia essa oportunidade. Eu imagino que essa cratera deva ser a chamada "casa do demônio", mas não tenho detalhes.

É comum ver placas na cidade e entorno indicando locais para abrigo em momento de alarme devido ao vulcão. Ainda hoje é possível ver o trajeto que a lava tomou nessa erupção no sopé do vulcão.
Apesar de o vulcão não estar em erupção é comum ver a 'fumarola' expelida de sua cratera.

É possível fazer trilhas e escaladas pelo vulcão, mas como a caminhada é ingreme é bom ir com acompanhamento de pessoal qualificado e equipamento adequado.

Esse vulcão, juntamente com o Quetrupillán e o Lanin (sendo esse último compartilhado entre Chile e Argentina) fazem parte da área de preservação ambientação chamada de Parque Nacional Villarrica.


Valdívia - Chile

Saimos de Villarrica e fomos para Valdivia (estavamos de carro).

Chegams em Valdívia já próximos do horário do almoço.

Valdivia é a cidade austral (mais ao sul) mais antiga do mundo. Ela foi fundada por espanhóis em 1552, depois invadida por holandeses e habitada por alemães. Em 1960 a cidade suportou o maior terremoto (9,5 na escala Richter) e maremoto até então registrado na história da humanidade. Estima-se que após o terremoto a cidade tenha afundado cerca de 2m. Atualmente, são cerca de 141mil habitantes e 1.016km2.

A cidade é repleta de edifícios com arquitetura teutônica do século 19.

A região onde se localiza Valdivia é chamada Região de Los Rios, estando a cidade no cruzamento de três rios Calle-Calle, Cau-Cau e Valdivia (este liga a cidade ao Pacífico).

Nas proximidades do mercado fluvial (mercado de peixes)  ficam lobos-do-mar e leões marinhos aguardando para ser alimentados e eles acabam virando uma atração a parte.

Se você quiser comprar produtos gastronômicos locais não deixe de provar as diversas cervejas artesanais, o javali, os crus (tártaros) e os chocolates.

Caminhamos pela cidade, passamos pelo mercado de peixes e avistamos um restaurante-barco onde achamos que seria interessante almoçar, dado que os outros restaurantes na orla eram um tanto pitorescos e resolvemos não arriscar sem uma indicação. Como o restaurante não é fastfood tivemos que comer correndo para não perdermos o passeio de barco, mas a comida e o atendimento lá foram muito bons.

Há um submarino atracado próximo ao mercado de peixe com intuito turístico.
A cidade também é repleta de museus, estando todos na zona da ilha Teja. Os principais são a casa de Carlos Anwanter (onde fica hoje o museu histórico Van de Maele) e o Museu de Arte Contemporânea - MAC nas ruínas da ex-cervejaria Anwandter. Esses dois museus ficam logo em frente ao Mercado Fluvial, do outro lado do rio Valdivia.

Nós demos muita sorte de conseguir fazer o passeio de barco, pois chove muito na região o ano todo. São várias opções de passeios. Há passeios que duram o dia todo e passeios de meio período.
Como só tínhamos a tarde, escolhemos um passeio de meio período.

O passeio passa pelo Santuario de la Naturaleza Carlos Anwandter que surgiu com o terremoto de 1960. O sismo fez com que o solo cedesse formando-se um pântano de mais de 60km2. Com o tempo fauna e flora foram se enriquecendo na região e em 1981 a região foi declarada Santuário da Natureza pelo Ministério da Educação, logo em seguida ele se tornou o primeiro "sitio Ramsar" do Chile (definição da convenção de Ramsar). Em 2004, a região foi contaminada por metais pesados (ferro, manganês, zinco e cobre) que vieram da eliminação de resíduos da empresa "Celulosa Arauco y Constitución - CELCO" o que reduziu a população de cisnes de pescoço negro em 90%. Antes desse desastre ambiental a região abrigava a maior colonia de cisnes de pescoço negro da América do Sul.
A empresa foi julgada e condenada (2013), tendo que indenizar a comunidade pelos danos causados.

Mesmo assim, ainda pudemos avistar esses lindos cisnes durante o passeio pelo pântano (humedal).

O pântano não contém muitos mamíferos/roedores, sendo os mais comuns o huillin (lontra), o coipo (myocastor) e o visón. As vezes o lobo marinho chega nessa região também. Não chegamos a avistar nenhum desses animais.

No entanto, há uma grande variedade de aves, sendo o cisne de pescoço negro a mais importante, seguida por taguas e taguita, além de muitas garzas.

Nosso roteiro de barco teve 2 paradas uma no Parque Oncol e outra em Punucapa, com duração total de 4h, passando pelo estero San Ramón (onde se avistam os cisnes de pescoço negro).

No Parque Oncol ouvimos sobre a história local e visitamos um museu existente nas ruínas da casa Manns (família de colonos alemães conhecida localmente pelo seu empreendedorismo e cuidado com a natureza). No museu há fotos sobre a vida dos colonos alemães e, particularmente, da família Manns.
A partir do local é possível avistar a beleza natural da região, havendo-se bancos bem localizados para apreciação da paisagem local.

Antes de prosseguir viagem, comemos um lanche muito gostoso, incluso no passeio.

O barco foi então para Punucapa, cidade conhecida por suas tradições religiosas.São somente 500 habitantes, todos com atividades ligadas ao preservação do patrimônio.
Lá é possível comprar produções locais como tortar, conservas, marmeladas, licores, cerveja e cidra.
A cidra e os produtos baseados em maça são tradição local.
Recentemente, instalou-se no local uma cervejaria chamada Cervecera Punucapa que produz a marca Selva Fría. Ela produz cerca de 2,5 mil litros mensais da variedade Golden 5 e 8 (ambar) e a variedade Stout 8 (preta). A cervejaria é aberta a visitação e os turistas podem conhecer o processo de fabricação e degustar a cerveja. Está em planejamento a abertura de um restaurante.

Não chegamos a fazer a visita a cervejaria em nosso passeio por falta de tempo. Imagino que no tour de dia todo seja possível fazer essa visita.

Visitamos a antiga igreja local que é a mais antiga da província, com data de 1880. A construção da igreja foi estimulada pelos jesuítas para honra a Virgem de la Candelaria cuja imagem foi doada por uma dama valdiviana.
Todos os anos no dia 2 de fevereiro comemora-se a festa de Nuestra Señora de La Candelaria quando pessoas de várias partes do país assistem a missa e depois seguem em procissão pelo povoado.

Logo ao lado da igreja existe um antigo ciprés e diz a tradição que todo visitante deve se apresentar e pedir permissão para abraça-la. Apenas como informativo, a árvore é tão larga que é possível que 14 pessoas abracem-a ao mesmo tempo.

Nos arredores de Valdivia existem diversos Fortes (Fuerte Niebla, Fuerte Mancera, Fuerte Corral) e muitos dos passeios param neles. Então se você tiver mais tempo aproveite um passeio mais longo.

Terminado o passeio, chegamos em Valdivia e seguimos de carro para Puerto Varas.
Como o dia é muito longo, conseguimos fazer praticamente todas as viagens ainda com o dia claro.
O sol estava se pondo por volta das 22h, 22h30.


Puerto Varas - Chile

Puerto varas é conhecida como "ciudad de las rosas" (devido a grande quantidade de rosas da cidade) e é a maior cidade em torno do lago Llanquihue (segundo maior do Chile e terceiro maior lago natural da América do Sul).

O clima na região é temperado tendo temperaturas médias de 7C no inverno e 14C no verão.

Ela tem atualmente 40mil habitantes e foi fundada em 1854 por imigrantes alemães e ainda preserva casas da época.

Existe um roteiro a pé indicado com setas no chão da cidade para visualização de 28 casas diferentes. Esse roteiro é chamado de Paseo Patrimonial.

A Iglesia Sagrado Corazón de Jesús foi construída de 1915 a 1918 como réplica de uma igreja da Floresta Negra na Alemanha. A igreja é o edifício teutônico mais notável da cidade. Ela tem o interior barroco e abriga duas cúpulas.

A maior parte dos turísticas vão a Puerto Varas devido as suas praias de areias pretas, sendo a mais popular é a Playa de Puerto Chico com vista para o vulcão Osorno. Esse é um dos cartões postais da cidade.

No lago é possível praticas caiaque e pesca.

Próximo a Puerto Varas fica o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, onde estão os Saltos de Petrohue e o vulcão Osorno.

No centro da cidade há várias lojas, restaurantes e hoteis.

Um restaurante muito bonito é destaque e se você conseguir reservar (é sempre cheio) você vai conseguir jantar com uma vista maravilhosa.

Existem cruzeiros que saem de Puerto Varas e vão até Bariloche. Essa travessia só é possível no verão e leva o dia todo (de 6h a 8h). Como estávamos de carro resolvemos não fazer a travessia de cruzeiro.

Parque Nacional Vicente Pérez Rosales - Chile

Fomos de carro de Puerto Varas para o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales onde visitamos os Saltos de Petrohue e o vulcão Osorno.

O Parque Nacional Vicente Pérez Rosales é um dos mais antigos do Chile criado em 1962.

A estrada para chegar a Saltos é a mesma que vai para o vulcão. A entrada para os Saltos fica a esquerda numa bifurcação para o Osorno.

Os Saltos de Petrohué é formado por águas do Lago de Todos os Santos que caem sobre rochas vulcânicas advindas da erupção mais recente do Osorno. É muito bonito. Quando vi tive mesmo a impressão de que as rochas tinham sido lava, pois o formato é de um liquido grosso petrificado. É algo que não vemos comumente.

Além de tudo a cor da água é linda. É esverdeada, esmeralda. Linda.

Nós visitamos os saltos mas não chegamos a passear nas águas. É possível fazer o passeio de 15min por $15.000.

Entre dezembro e janeiro insetos chamado Tábanos são comuns na região. No entanto, não chegamos a ver nenhum desses insetos. Dizem que esses insetos são atraidos pela cor preta, então se você for para lá nessa época é bom evitar essa cor e levar um repelente, pois além de muito barulho esses insetos picam.

Saimos de lá e fomos para o centro de esqui do vulcão. A subida até o centro de esqui é muito íngreme e com muitas curvas. Minha mãe ficou muito tensa no carro com a subida rsrs. De toda forma, o caminho e a paisagem são lindos.

O Osorno é um extravulcão que se encontra na cordilheira dos Andes e seu nome nativo é Peripillán. Seu nome atual foi escolhido pelos fundadores espanhóis pois eles conseguiam avistar o vulcão a partir da cidade de Osorno.

Ele tem 2.652m de altitude, ele já está inativo há anos e tem uma estação de esqui aberta durante o inverno. Mesmo durante o verão há neve em seu topo e apesar da estação de esqui estar fechada é possível subir de teleférico ao topo, praticar esquibunda. Uma outra opção no verão é andar a cavalo no sopé do vulcão ou fazer trilha até a a cratera do vulcão.

Chegando no centro de esqui paramos para almoçar. E a comida e o atendimento foram bons.

Após o almoço pegamos os teleféricos até o topo.
Chegando no topo meus sobrinhos brincaram de esquibunda enquanto apreciávamos a paisagem.

A vista de volta do teleférico é simplesmente magnífica, não sei como explicar e as fotos não fazem jus a beleza daquela paisagem. Muitas montanhas e o céu azul se misturando com o azul do lago, o chão vermelho do vulcão, o verde e a neve.

Paisagem realmente estonteante. Recomendo a visita ao local.

No parque também há o vulcão Tronador que visitamos a partir de Bariloche, então se quiser ler e saber mais sobre ele visite nossa página sobre Argentina.


Chiloé - Chile

Chiloé é um arquipélago formado por quarenta ilhas, das quais apenas 5 não são habitadas. A maior ilha do arquipélago é a Ilha Grande Chiloé que é a quinta maior ilha da América do Sul.

A Ilha Grande Chiloé tem a paisagem natural bem conservada e vários parques que são reservas naturais como a famosa "Pinguinera" (Monumento Natual Islotes de Puñihuil), Parque Nacional Chiloé, Parque Tepuhueico, Parque Tantauco, etc.

Além das diversas opções para o ecoturismo, a ilha tem um arquitetura diferenciada tanto por suas famosas casas de Palafitas quanto pelas diversas igrejas jesuíticas dos séculos XVIII e XIX consideradas como patrimônio cultural pela UNESCO.

Nós tínhamos reservado apenas 1 dia para visitar a ilha, mas 1 dia não é suficiente. Então se você tiver tempo e puder ficar na ilha por 3 dias deve conseguir aproveitar mais.

Estavamos no hotel em Puerto Varas, então acordamos cedo, pegamos o carro e fomos em direção a Chiloé. A estrada é boa e bem sinalizada e a cidade onde fica o porto chama-se Pargua.
Fizemos a travessia do chamado canal de Chacao de balsa e se me lembro bem durou cerca de 45min, chegando em Chacao.

Seguimos diretamente para Ancud, pela Ruta 5. No caminho paramos no escritório de turismo para comprar um mapa da ilha e pegar recomendações sobre o que era o mais interessante a fazer.

Ancud foi o primeiro assentamento urbano de importância em Chiloé. A cidade foi fundada em 1767 como fortaleza no Cabo de Hornos. Ela é a capital política e militar da ilha, sendo Castro a capital economica e oficial.

Chegando em Ancud, caminhamos pelo centro procurando um local para almoçar. O centro é pequeno e com alguns restaurantes, agencias de turismo e lojas. Percebe-se que o foco da cidade é a pesca. Chegando próximo ao mar verifica-se sinalizações sobre rotas de fuga em caso de tsunami.

Demoramos um pouco para achar um restaurante, mas achamos um que tinha um bom cardápio e uma vista gostosa para o mar.

Depois de comer fomos visitar o Fuerte San Antonio. Antes de falar sobre o Fuerte, logo na entrada do forte havia algumas barracas vendendo o artesanato local. Paramos para ver se tinha algo interessante para comprarmos e percebemos que havia um boneco que quando você levantava ele seu penis ficava a mostra. Curiosos com esse artesanato tão explícito descobrimos que esse boneco representa um importante personagem da mitologia local: o perverso El Trauco.

O El Trauco é um pequeno ser da floresta que anda de bengala, carrega um machado e não tem calcanhar e nem dedo nos pés. Ele procura virgens que andam sozinhas pela floresta. Ao ver uma ele começa a tocar sua flauta encantando ela e a engravida. Essas crianças serão chamadas futuramente para floresta para substituir o pai.

Voltando ao forte... O Fuerte San Antonio era uma fortaleza espanhola e marca o local onde estavam os últimos resistentes da Guerra da Independência do Chile, 1826. O obelisco do forte celebra a derrota final dos espanhóis. Além dos canhões, obelisco e a linda vista, há jardins bem cuidados nesse forte.
A partir do forte é possível visualizar a Praia da Ferradura.

Vale ressaltar que existem vários fortes similares a esse espalhados pela costa de Ancud. O outro mais famoso é o Castilho San Miguel de Ahui. Não são chegamos a ir nesse. Ele fica a 26km de Ancud.

Saimos do forte e fomos para a Pinguinera (Monumento Natural Islotes de Puñihuil). Enquanto estamos no centro de Ancud procuramos passeios que nos levassem ao local, pois achavamos que não seria possível chegar de carro. Já não encontramos mais passeios para os horários que queriamos e um tour personalizado ficava muito caro, então decidimos tentar ir de carro.

Se você pretende ficar na ilha e vai se instalar em um hotel em Castro, saiba que de Castro saem passeios para a Pinguinera também.

O caminho não é bem sinalizado, mas chegamos lá com certa tranquilidade. São 25km de Ancud até a Pinguinera. O lugar é lindo lindo lindo. Há 2 grandes agencias de turismo localizadas na praia. Eles organizam os passeios de barco tanto pelas pequenas ilhas de Puñnihuil onde estão os pinguins e aves da reserva, quanto os passeios para avistamento de baleias.

Há também um restaurante para quem for almoçar no local.

Fizemos o passeio pelas ilhas. Não tivemos tempo para fazer o avistamento de baleias pois pelo que me lembro as embarcações saem apenas pela manhã e já não era mais possível fazermos o passeio. Eu recomendo muito para quem for visitar o local que vá com mais tempo para poder aproveitar todas essas oportunidades.

Nesse espaço classificado como Monumento Natural é possível encontrar diversas espécies de pinguins (segundo o que disseram lá tem praticamente todos os gêneros: Sphenicus, Aptenodytes, Eudyptes, Eudyptula, Megadyptes e Pygoscelis.

Os mais famosos por lá são do gênero Sphenicus, incluindo os Pinguins Magalhães (Pinguinos Magallánicos) e os Pinguins de Humboldt. Segundo o que li, lá é um dos raros lugares onde se pode ver esses 2 tipos de pinguins juntos.

Os pinguins de Magalhães (Magallanes) ou pinguim Patagônico é uma ave que vem das Ilhas Malvinas e das costas da patagônia na Argentina e Chile migrando para o norte no inverno, chegando ao Uruguai e ao sudeste do Brasil, sendo espécie vagante na Autralia e Peru. Outras espécies do gênero Spheniscus são os pinguins de Humboldt, de El Cabo e de Galápagos.

O pinguim de Humboldt é muito comum na costa do Chile e Peru por onde passa a corrente de Humboldt. Eles raramente são encontrados no Equador ou Colômbia. Esse tipo de pinguim está a beira da extinção devido a redução de alimentos e impactos causados pelo El Niño.

Eu gastei um tempo tentando diferenciar os tipos de pinguins, mas percebi que o Magalhães e o Humboldt são parecidos. Ambos são preto e branco. Pelo que eu percebi a diferença mais notável é que o de Humboldt tem uma faixa rosada em torno do bico e o de Magalhães não.

Procurei em todos os locais o nome de um pinguim cinza que avistamos por lá e que acabou por posar para uma foto, mas não consegui descobrir qual é a espécie. Caso eu descubra ou algum de vocês saiba, por favor nos avise.

Além dos vários pinguins é possível avistar diversas aves endêmicas do Chile como o Condor Andino (que fotografei sobrevoando o barco), Quetru no Volador (pato grande que fotografei junto com seu filhote) e o Cormorane (cormorant) de perna vermelha (fotografei em voo rasante e nas rochas junto de seus pares), ele é um tipo de cormoran com característica diferentes dos demais de sua espécie (seu nome técnico é Phalacrocorax Gaimardi, Red-legged cormorant), repare no anel preto com pintas brancas em torno de seus olhos. Fotografei também os típicos kelp gooses cujo o casol preto (fêmea) e branco (macho).

Se você quiser identificar suas fotos depois, tem um link que pode te ajudar com as principais espécies: http://es.wikipedia.org/wiki/Avifauna_del_archipi%C3%A9lago_de_Chilo%C3%A9

Após o passeio de barco pelas ilhas, pegamos o carro e fomos em direção a Castro.

Castro é a capital de Chiloé. Nela está a Inglesia San Francisco considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, além de ter os palafitos e o mercado de artesanato. A cidade é o terceiro assentamento mais antigo do Chile, tendo sido fundada pelos espanhóis em 1567, tornando-se a cidade mais austral do mundo. Os espanhóis mantinham foco em conquistar o arquipélago enquanto os jesuítas mantinham fortes tentativas de evangelização.

Chegamos lá já no final da tarde, então não pudemos fazer muita coisa. Paramos para comer um lanche na Plaza das Armas onde estava tento uma apresentação de dança folclórica em frente a Iglesia San Francisco.

A Iglesia San Francisco foi projetada pelo arquiteto italiano Eduardo Provasoli em 1910 e totalmente contruída em madeira nativa pelos artesãos locais. A fachada neogótica é revestida de lata batida e pintada de lilás e baunilha ostentando 2 campanários de 40m de altura. As torres eram utilizadas antimente como referência, para guiar os nacios que chegavam ao porto.
Atualmente, nenhuma edificação da cidade pode ser mais alta que essa igreja.

A cidade tem várias ruas íngremes e caminhamos no sentido do mar, para a Avenida Pedro Montt para ver os palafitos. Apesar de acharmos os palafitos, não era bem a fotografia que eu queria tirar.
Disseram que os mais bonitos palafitos ficam um pouco mais distante do centro. Existem passeios de barco a partir do cais que dão uma ótima vista dos palafitos.

Existem hoteis boutique em palafitos e também albergues. Então se você for ficar em Castro essa deve ser uma forma muito interessante de se hospedar.
http://www.palafitodelmar.cl/

Os palafitos são o cartão-postal de Castro. São casas tradicionais de madeira sobre palafitas ao longo da margem Fiordo Castro. Cada palafita tem 2 fachadas, uma virada pra rua e outra pra água.
As palafitas foram projetas originalmente no século 19 por pescadores locais que atracavam seus barcos na água antes de subir por uma escada de madeira até sua casa.
Antes do terremoto de 1960, havia palafitas na maior parte da Isla Grande de Chiloé.

Depois de ver os palafitos voltamos pra Puerto Varas e tivemos a oportunidade de ver um lindo por do sol na balsa (por volta das 22h). Nesse dia chegamos tarde ao hotel.

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